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18 de dezembro de 2015

Filme O Cortiço (1978)

Capa do DVD
     "Moradora de um cortiço de propriedade do português João Romão (Armando Bógus), Rita Baiana (Betty Faria) é uma mulher expansiva e liberada. Ao se apaixonar por Jerônimo (Maurício do Valle), jovem lusitano recém-chegado ao Brasil, ela deflagra um jogo de paixões que acaba em tragédia. Baseado no romance de Aluísio de Azevedo, considerado sua obra-prima, esse romance narra, em sua linguagem vigorosa, a vida miserável dos moradores de duas habitações coletivas."


     Assisti ontem a noite o filme pelo YouTube - a imagem é péssima, mas tudo bem - e me surpreende com a semelhança do mesmo com o livro homônimo. Muitos dos fatos relatos no livro escrito por Aluísio de Azevedo foram bem retratados, embora, como apontado por muitas críticas, os personagens foram erroneamente representados fisicamente. A principal crítica é com relação a atriz que representou Rita Baiana, Betty Faria, que, diferentemente como descrito no livro, é branca. Muitos interpretam isso como uma negação de um papel de destaque para negros, indicando racismo por parte do diretor, bem coerente já que foi nesse período que os negros começaram a ganhar papéis mais importantes nas novelas e filmes, não sendo muito recorrente.
     Embora respeite muito bem a história relatada no livro, o filme é extremamente cansativo, principalmente por ser um filme antigo. Muitas cenas são prolongadas, repetindo a mesma ideia, o que cansa os telespectadores, porém mesmo assim vale a pena assistir com a devida atenção, em especial aqueles que se preparam para os vestibulares.
     No entanto, um erro que me chamou bastante atenção no filme foi que João Romão foi retratado com menos intensidade do que no livro, não se apresentando toda a crueldade com que a personagem age no fim do livro para conseguir tudo aquilo que precisa para crescer ainda mais socialmente.
     Assim como já comentei na publicação que escrevi a respeito do livro (clique aqui para acessar), o filme retrata o lado animal do ser humano, respeitando o Naturalismo com alguns deslizes às emoções.
     Espero ter alimentado seu interesse para assistir ao filme e, caso assista, comente sua opinião! Obrigada!

Gênero: Romance
Direção: Francisco Ramalho Jr.
Ano de Produção: 1977
País de Origem: Brasil
Data de Lançamento: 1978
Distribuidora: Embrafilme
Duração: 110 minutos
Faixa Etária: 16 anos
Mais Informações: Filmes Épicos

Ana L

Obs.: Para saber mais sobre a minha opinião a respeito do livro, acesse aqui.

3 de março de 2015

O Cortiço

Gênero: Romance Brasileiro
Autor: Aluísio Azevedo
Páginas: ~230 (edição Abril - Grandes Sucessos - 1981)
Ano de Publicação: 1890
Editora: Maioria das editoras (edição lida: Abril)
ISBN-13: 9789898443014

     "A obra descreve a ascensão social do comerciante português João Romão, dono de uma venda, uma pedreira e um cortiço, próximo ao sobrado de um patrício endinheirado, o comendador Miranda. A rivalidade entre os dois aumenta à medida que cresce o cortiço de João Romão, que passa a enriquecer velozmente.  O sonho de João Romão é adquirir prestígio social, como o de Miranda. Este, à medida que o vendeiro vai enriquecendo, passa a considerar a possibilidade de oferecer-lhe a mão de sua filha, Zulmira; assim um amigo em comum, Botelho, se faz de intermediário das negociações e se compromete em arranjar tudo.
     Jerônimo é um operário português contratado por João Romão para trabalhar na pedreira; é sério e honesto, casado com Piedade, também portuguesa e têm uma filha adolescente, vivendo bem como família. Mas no cortiço, Jerônimo começa a sofrer influência daquele ambiente desregrado, apaixonando-se pela mulata Rita Baiana.
     Acompanhando a evolução social de João Romão, o cortiço também se desenvolve, principalmente depois de um grande incêndio, quando passa por reformas e transforma-se na "Avenida São Romão", com melhor aparência e uma população mais ordeira. A população mais baixa e miserável se transfere para o cortiço rival "Cabeça de Gato", mantendo-se assim a engrenagem do sistema social em que predomina a lei do mais forte."


     Como esse livro é antigo, a maneira em que o autor conta a história é levemente complexa, mas pra quem gosta desse tipo de escritura (assim como eu :D), achará a leitura bem mais fácil do que muitos outros livros dessa mesma linhagem.
      Amei o livro do início ao fim. Uma das coisas que mais me intrigou foi ver que algumas cenas do livro são chocantes até mesmo aos dias atuais; fico imaginando o escândalo que foi quando lançaram esse livro no Séc. XIX! hahaha,
     O livro é muito conhecido pelas cenas "inapropriadas" que são narradas ao longo da história, no entanto, não há tantas quanto achava que teria. Achei interessante que por ser um livro Naturalista, o autor buscou expressar todas as características primitivas do ser humano, entre elas o desejo sexual, a inveja e o desejo material; assim como a influência que o meio provoca aos indivíduos, levando todos do cortiço a realizarem ações semelhantes.
     Os capítulos finais foram os mais ativos de todo o livro (e, só pra avisar, o livro todo é super movimentado, seja com ações positivas ou negativas - a maioria negativas). Nessa parte, os personagens "sobreviventes" de todas as pauladas que sofreram até o momento, levam o soco final que os faz tomar decisões intrigantes para nós, leitores; e muitos desses "socos" e decisões finais foram influenciados pelo olhar e opiniões dos que moram na estalagem, assim como todo o livro.
     Espero que tenha te animado a ler este livro e se preparar para os Vestibulares com antecedência. Aproveite muito, e boa leitura ;)

-Ana L.

Obs.: Produziram um filme contando a história do livro, e também produziram uma edição em quadrinhos do clássico. Não cheguei a visualizar a edição que saiu esse ano, mas se você já viu, comente! A respeito do filme O Cortiço, acesse aqui.