15 de fevereiro de 2016

Como Eu Era Antes de Você

Gênero: Romance
Autor: Jojo Moyes
Páginas: 320
Ano de Publicação: Jan/ 2012
Editora: Intrinseca
ISBN-13: 978-85-805-7329-9

     "Aos 26 anos, Louisa Clark não tem muitas ambições. Ela mora com os pais, a irmã mãe solteira, o sobrinho pequeno e um avô que precisa de cuidados constantes desde que sofreu um derrame. Trabalha como garçonete num café, um emprego que não paga muito, mas ajuda nas despesas, e namora Patrick, um triatleta que não parece interessado nela. Não que ela se importe.
     Quando o café fecha as portas, Lou é obrigada a procurar outro emprego. Sem muitas qualificações, consegue trabalho como cuidadora de um tetraplégico. Will Traynor, de 35 anos, é inteligente, rico e mal-humorado. Preso a uma cadeira de rodas depois de um acidente de moto, o antes ativo e esportivo Will desconta toda a sua amargura em quem estiver por perto. Tudo parece pequeno e sem graça para ele, que sabe exatamente como dar um fim a esse sentimento. O que Will não sabe é que Lou está prestes a trazer cor a sua vida. E nenhum dos dois desconfia de que irá mudar para sempre a história um do outro."

     Vou começar minha resenha como grande parte dos títulos de resenhistas que falaram sobre este livro: "Como Eu Era Antes Desse Livro".
     Nunca fui muito fã de romances e nem de melodrama, mas assim que vi o trailer desse filme, por acidente, no facebook, fiquei loucamente interessada e (não me julguem, odeio fazer isso, mas não pude me controlar) baixei o livro.
     A história trata de maneira maravilhosamente descontraída um tema ainda muito recente e bastante polêmico: a Eutanásia. Por motivos religiosos (como no caso dos cristãos que creem que nossos corpos e vidas pertencem a Deus) quanto por tabú (crença de que a morte é um tema constrangedor), muitos não concordam com a existência de tal procedimento em alguns países (como por exemplo, na Suiça, citado no livro). Eu particularmente acredito que, havendo motivos suficientes para se tomar tal medida, não se tem porque criar tanto "bafafá" sobre o tema, principalmente porque certas decisões são pessoais e não cabem à sociedade julgar ninguém por terem participado da vida do indivíduo que optou pela Eutanásia (o que muitas vezes pode acontecer, até mesmo pela atuação da mídia perante a isso).
     Como minha opinião a respeito desse tema não convém à situação - já que o foco do nosso blog são os livros - deixemos isso de lado e voltemos ao maravilhoso livro de Jojo Moyes.
     Tenho muitos motivos para ter me apaixonado pelo livro:
  1. As personagens são sensacionais e animadas, deixando o assunto do livro menos sério e mais reflexivo, focando na opinião pessoal e reflexão de quem lê;
  2. Ao longo de todo o livro, até nos poucos trechos tristes e preocupantes, Louisa Clark busca ver o lado positivo, tentando não afetar Will (nem a si própria, embora se preocupasse em demasia). Isso me lembrou Pollyanna...
  3. O livro tem poucos trechos tristes, tipo, quase nenhum mesmo! Praticamente apenas o fim do livro tem suas recaídas, mas em grande parte é bem-humorado (muitas vezes ri das comparações feitas pela protagonista);
  4. A narração é feita por 5 pontos de vistas diferentes, sendo grande parte narrado por Lou, e um capítulo reservado a cada personagem (não vou contar quem narrou porque é uma das partes que mais gosto de descobrir em livros a sim hehehe).
     Sendo a narração feita em primeira pessoa, a leitura é bem gostosa e rápida, principalmente com as piadinhas de Lou a todo momento e as cortadas de Will. Achei uma graça a ligação que Lou, Nathan e Will conquistaram ao longo do romance, e, principalmente, me apaixonei pelas ações e pelo jeito de Lou. Ela é uma GRAÇA! 

"Não consegui ver sua boca, mas seus olhos se apertaram, um pouco divertidos. Eu queria que continuassem assim. Queria que ele fosse feliz, que seu rosto perdesse aquele ar assustado e alerta. Comecei a tagarelar. Contei piadas. Cantarolei baixinho. Fiz de tudo para estender o momento antes que ele voltasse a ser sombrio." (Cap. 7, pág. 91)

     Odiei Patrick e seu vício pelo seu corpo e amei a família Clark, que, assim como Lou - principal representante da família - são muito animados e de bem com a vida (meio malucos, mas isso é o mais legal neles). Além disso, também odiei loucamente o pai de Will, ele é meio babaca, em muitos sentidos - só lendo vocês compreenderão.

"Eu sabia, e Camilla também. Mesmo que nenhum de nós admitisse. Só com a morte de meu filho eu ficaria livre para viver a vida que quisesse." (Cap. 21, pág. 261)

     Estou impressionada com a narrativa incomum realizada por Jojo Moyes que enfrentou um grande desafio ao transcrever seu ponto de vista a respeito de uma polêmica. Adorei o espírito aventureiro e desafiador dela hahaha. Tenho certeza que, qualquer um que ler este livro, irá ficar marcado e mudar seu ponto de vista perante outros deficientes, sejam eles deficientes físicos ou mentais (a autora comenta problemas da sociedade e do Estado de maneira bem convincente e justificada, o que me fez a adorar mais ainda!).

"Há coisas que você não percebe até acompanhar uma pessoa numa cadeira de rodas. Uma delas é como a maioria dos calçamentos é malconservada, com buracos mal remendados ou desnivelada. Andando devagar ao lado de Will enquanto ele mesmo dirigia a cadeira, notei que cada laje em desnível causava nele uma dolorosa chacoalhada, ou como ele frequentemente precisava se desviar com cuidado de algum obstáculo em potencial." (Cap. 5, pág. 67)

     O livro é uma grande crítica a sociedade atual, apontando que, por mais que tentemos apontar o "Século XXI" como o século do futuro e do bem, ainda há muito a se preocupar para o tornar um exemplo.
     Boa leitura, e depois me conte sua experiência com este livro!

-Ana L


"Validade: 19 de março de 2007" (Cap. 15, pag. 191)


Obs.: Em julho será lançado o filme sobre este livro. Espero que seja tão bom quanto o livro e que destaquem a alegria relatada no livro e não só a tristeza muitas vezes esperada quando se fala da morte. 

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